segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sacralização da Cavalaria

“Santo Inácio de Loyola desejou fundar uma cavalaria que se opusesse à degradação da Cavalaria, como esta se encontrava em sua época no século XVI. Ele desejou a restauração da idéia de luta pelo Rei Sagrado contra o herege, seu adversário. Era a volta da sacralização da Cavalaria. Essa foi a idéia de Santo Inácio: uma arqui-sublimação da Cavalaria. Por isso ele concebeu sua ordem religiosa em termos militares. Ou seja, uma Companhia (que naquele tempo queria dizer exército), um exército de Jesus, no qual o chefe era um general — o Geral, que manda em tudo e opera como um general, com uma hierarquia militar e com uma obediência militar. O estilo de ação de seu apostolado era militante, combativo e guerreiro. Daí vermos que a Companhia de Jesus foi muito guerreira e muito guerreada, e viveu como uma verdadeira Ordem de Cavalaria”.

Excertos de Plínio Correa de Oliveira - Revista Catolicismo numero 715 - Junho de 2010

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Andreas Hofer, lider contra-revolucionário do Tirol

Apesar de alguns senões em sua vida, o chefe tirolês tornou-se símbolo da resistência católica contra as forças revolucionárias de seu tempo e de fiel servidor da Casa d'Áustria.
José Maria dos Santos


O Tirol, essa pitoresca província austríaca no centro da cadeia dos Alpes, no início do século XIX limitava-se a oeste com a Suíça e o Vorarlberg austríaco; ao norte, com a Baviera; e ao sul, com a Itália. Região montanhosa — dezenas de seus picos se elevam a mais de três mil metros de altitude — suas comunicações se faziam pelos vales, principalmente os dos rios Inn e Adige. Constituía uma província do Sacro Império Romano Alemão.(1)
Por sua altitude, a neve cobria o Tirol durante seis meses. Sendo suas vilas distantes umas das outras, era normal que os entroncamentos das estradas fossem salpicados de albergues, não só onde os viajantes pudessem passar a noite, mas que servissem também de ponto de encontro para o povinho em busca
de notícias.
Foi num desses albergues, o de Sandhof, que nasceu Andreas Nikolaus Hofer à meia-noite do dia 22 de novembro de 1767. Seu pai, Josef Hofer, atingira já os quarenta e três anos, e sua mãe, Maria Hofer, tinha pouco menos e já havia dado à luz três meninas. Ela morreria apenas três anos depois. Josef contrairá segundas núpcias, mas morrerá em 1774, deixando Andreas, com apenas sete anos de idade, duplamente órfão.
O menino foi criado pela irmã mais velha e o cunhado, que tomaram a direção do albergue que desde o século XVII pertencia à família. Formado no cadinho das tribulações, Andreas habituou-se a resolver por si só seus problemas, o que lhe deu uma precoce maturidade.Nessa região extremamente religiosa, Andreas aprendeu em casa e na igreja os fundamentos da Religião católica; uma fé viva e profunda piedade marcarão seu futuro. Na escola comunal, instituída pela imperatriz Maria Teresa anos antes, ele aprendeu a ler, escrever e contar.

Apenas entrado na adolescência, Andreas deixou o lar para ir ao extremo sul do Tirol trabalhar com alberguistas e comerciantes de vinho. Nessa área italiana da província, aprendeu com facilidade a língua local, falando-a fluentemente.
Aos 20 anos de idade, voltou para Sandhof e tomou a direção do albergue familiar; a irmã e cunhado instalaram-se em outra província.
O jovem e esforçado alberguista, para liquidar as dívidas pendentes do estabelecimento, resolveu acrescentar a ele o comércio de vinho, licores e cavalos.
No ano seguinte, em 21 de julho de 1789, com 21 anos de idade, Andreas contraiu matrimônio com Anna Ladurner. Nascerão dessa união seis meninas (das quais duas morrerão cedo) e um menino.Andréas era então, por sua maturidade e determinação, um homem feito. Seu porte era mediano, largo de espáduas, de uma força física admirável. Tinha o rosto arredondado, pequenos olhos castanhos e cabelos pretos. Mas o que destacava mais sua presença era uma abundante e prestigiosa barba negra, que mais tarde fará com que o chamem de “General Barbone”. Andréas era jovial, afável, sempre contente, e se comprazia em conversar. Em breve ele se tornou uma das figuras mais populares no sul do Tirol.

O Imperador José II, imbuído das idéias revolucionárias da época, sancionou várias leis de caráter igualitário e totalitário, as quais visavam nivelar as autoridades locais segundo um modelo administrativo uniforme, com funcionários diretamente ligados a Viena. Isso era muito mal-visto pelo conservador Tirol. Mas foram sobretudo suas medidas em relação à Igreja católica que mais violentamente repercutiram na região. O monarca dissolveu conventos das ordens contemplativas, instituiu um seminário único em Innsbruck, capital do Tirol, dotado de professores adeptos das idéias novas, e chegou a suspender as peregrinações e as procissões seculares, até decretar quantas velas se podiam acender nas igrejas, quais preces públicas estavam autorizadas e quantas badaladas podiam dar os sinos paroquiais durante o dia.
Os tiroleses eram profundamente católicos. Em toda parte erigiam oratórios e calvários. Passando diante deles, o viandante persignava-se. Se estava com tempo, ajoelhava-se e rezava o terço. Encontrando um conhecido, saudava-o com o tradicional “Grüs Gott” (Deus vos abençoe). Aos domingos toda a aldeia assistia devotamente, de joelhos, ao santo Sacrifício da Missa. E à tarde, participava das Vésperas ou de alguma procissão.
Isso explica a reação generalizada da província contra as reformas do Imperador José II: “O Tirol entrou em resistência aberta. As práticas piedosas proibidas foram mantidas, a despeito da lei. Os editos imperiais afixados nos povoados foram arrancados. No púlpito os padres tronavam contra o Imperador, invocando a cólera do Céu sobre ele”.(2) Não é pois de se admirar que também, quando as tropas revolucionárias francesas invadiram a Áustria, os tiroleses considerassem Napoleão como o Anticristo, por ter prendido o Papa.

Em agosto de 1805, na guerra da coalizão contra a França, o Arquiduque João, de 23 anos, foi nomeado comandante-em-chefe das forças imperiais na região dos Alpes. A estima entre o príncipe e o povo tirolês foi recíproca, e deveria durar até mesmo na derrota.
No início de novembro desse mesmo ano, massacrando uma guarnição tirolesa em Scharnitz, o general napoleônico Ney penetrou em Innsbruck. No fim desse mês, os franceses foram substituídos pelos bávaros. E no dia 26 de dezembro desse ano a Áustria assinava a paz. No acordo estabelecido nessa ocasião, o Tirol ficaria pertencendo à Baviera, se bem que “com os mesmos títulos, direitos e prerrogativas que ele possuía sob Sua Majestade, o Imperador da Áustria ou os príncipes de sua Casa, e não de outro modo”.
Apesar de serem vizinhos, de terem uma língua comum e a mesma Religião, tiroleses e bávaros não se estimavam. Imbuído dos princípios da Revolução Francesa e pertencendo à franco-maçonaria, o rei bávaro, Maximiliano José, aderira plenamente às idéias liberais.Mesmo tendo prometido salvaguardar integralmente o direito de propriedade e das pessoas, o monarca bávaro não era bem visto pelos tiroleses, que o julgavam um anticlerical, e sobretudo porque um vínculo muito profundo os ligava à Casa d’Áustria.

De 1806 a 1808 o governo bávaro, imbuído das idéias do livre-pensamento do século XVII, procurou aplicar no Tirol uma política religiosa que feria os sentimentos, os costumes e as aspirações da população. Foram proibidas a Missa do Galo, as cerimônias religiosas noturnas, a bênção do Santíssimo depois da Missa cantada; foram interditadas as rogações, as novenas, a Via Sacra, as procissões, as peregrinações, etc. De acordo com o pensamento unânime dos historiadores, essa foi a causa principal da insurreição de 1809.
Em uma reunião clandestina, no fim do ano de 1807, os tiroleses comprometeram-se a fazer tudo para salvar o catolicismo no Tirol. Entre os presentes estava Andreas Hofer.
O recrutamento de soldados para engrossar o exército bávaro também foi outra medida mal-recebida, tanto mais que tal medida visava o combate à antiga pátria, a Áustria. Os conscritos fugiam para as montanhas e não se apresentavam.Começou então a insurreição. De todas as vilas alpinas acorreram voluntários para lutar por Deus, pelo Imperador e pelo Tirol. Os tiroleses infligiram duas tremendas derrotas às tropas franco-bávaras, inclusive uma delas contra o famoso marechal de Napoleão, Lefèbvre. Andreas Hofer se fez notar como líder nato. Seu prestígio era imenso. Compreendendo suas limitações, nas batalhas deixou o comando tático para companheiros que julgava mais competentes. Seu papel era o de, com sua presença, dar segurança e confiança aos combatentes.
Depois dessas grandes vitórias, ele assina por vez primeira: “Andreas Hofer, comandante nomeado pela Casa d’Áustria”. Ele pede preces públicas de ação de graças. E, fiel ao voto que havia feito antes da batalha, promulgou um edito estipulando que a festa do Sagrado Coração de Jesus deveria ser erigida perpetuamente, em uma solenidade inscrita em vermelho no calendário tirolês.
Tendo as autoridades bávaras fugido, e não havendo outras nomeadas pelo Imperador da Áustria, os tiroleses escolheram Andreas Hofer como regente do Tirol. Durante dois meses ele governou o Tirol de uma maneira singular. Formou seu conselho escolhendo os membros entre seus amigos. Todos levantavam-se às cinco horas da manhã e começavam o dia assistindo à Missa no palácio do governo. À noite, depois do jantar, recitavam de joelhos um Rosário completo.Entretanto, no dia 14 de outubro de 1809 a Áustria assinou outro tratado de paz com a França, que não alterou a situação do Tirol. Em outros termos, ele continuaria pertencendo à Baviera! Ao mesmo tempo, Napoleão confiou a Eugênio de Beauharnais a missão de submeter o Tirol. O general francês, auxiliado pelas tropas bávaras, infligiu derrotas sucessivas aos tiroleses. O filho adotivo de Napoleão conclamou os vencidos a entregar as armas e a reconhecer as autoridades bávaras como legítimas governantes do Tirol. Os tiroleses receberam ao mesmo tempo mensagem do Arquiduque João, comunicando o seguinte: “Eu devo fazer-vos saber que o desejo de Sua Majestade é que os tiroleses permaneçam tranqüilos, e não se sacrifiquem inutilmente”


A constatação desse abandono por parte do Imperador austríaco provocou em Andreas Hofer profunda depressão. E ele que era tão religioso, estranhamente, em vez de buscar conforto na Religião, procurou-o infelizmente na bebida, tornando-se um líder indeciso, à mercê de todas influências. Isso o levou a uma imprudente batalha contra os bávaros, na qual os tiroleses foram arrasados.
Andreas Hofer escondeu-se então nas montanhas. Uma soma de 1.500 florins foi oferecida a quem denunciasse seu esconderijo. Na longa solidão, Hofer se recompôs, rezou, meditou e ofereceu seus sofrimentos pela salvação de sua alma e pelas dos que morreram pelo Tirol.
Como sucede com freqüência na história humana, apareceu um Judas, pronto para entregá-lo. Franz Raffl visitara Hofer em seu esconderijo. Tinha participado também da insurreição. Mas a recompensa oferecida pela delação tentou-o e ele traiu. No dia 27 de janeiro, Andreas foi preso juntamente com a esposa e filho, que o haviam ido visitar, e um amigo, Sweth, que com ele se encontrava.Condenado à morte, confessou-se e recebeu a sagrada Comunhão na manhã de sua execução. E escreveu uma carta a seu amigo Vinzenz von Pühler, repleta de piedosos sentimentos e da crença no Purgatório e na vida eterna.
Em janeiro de 1823, cinco soldados de um regimento de caçadores que estava em Mântua levaram de volta para o Tirol os restos mortais de Andreas Hofer. O Imperador Francisco I determinou que fosse sepultado em Innsbruck, na igreja da corte. Ordenou também que um monumento lhe fosse dedicado, encimado com uma estátua do valoroso chefe contra-revolucionário.
Francisco I, enfim, fez algo pelo vassalo tão fiel desaparecido. Concedeu uma pensão à esposa e filhas de Andreas Hofer, e renovou o certificado de nobilitação de seu filho, assegurando sua educação.
Os tiroleses não se esqueceram do grande líder. Em cada lar havia uma estampa sua. E a tradição oral manteve viva sua memória. Sua figura encontra-se por toda parte: em soldadinhos de chumbo, em xícaras de café ou cinzeiros.
Uma estátua gigante do chefe tirolês foi inaugurada em Bergisel pelo Imperador austríaco Francisco José. Em Sandhof foi erigida uma capela ornada com afrescos interiores que narram sua vida.
Em 1919, pelo tratado de Saint Germain, as regiões do Trentino e do Alto-Adige passaram a pertencer à Itália. Entre outras medidas tomadas por Mussolini em 1923, figurava a proibição de se ter retratos de Andreas Hofer nessa antiga província do Tirol.
Hofer, devido à sua posição contra-revolucionária, tornou-se um símbolo do patriotismo austríaco contra os inimigos do norte e a anexação da Áustria à Alemanha, em 1938.Em 1945 o governo de Innsbruck renovou o voto ao Sagrado Coração de Jesus, feito por Hofer, e a constituição provincial adotada em 1960 começa com a “fidelidade a Deus” em primeiro lugar, como Andreas Hofer teria feito.

Notas:
1. Todas as referências deste artigo foram extraídas do livro de Jean Sévillia, Le Chouan du Tyrol, Perrin, Paris, 1991. 2. Op. cit. p. 60.

Fonte: Revista Catolicismo, Janeiro de 2006.

sábado, 21 de agosto de 2010

Selo do Blog O Combate no dia de São Pio X



Hoje, dia 21 de agosto de 2010, comemoramos o Papa São Pio X, que foi canonizado em 1954. Foi um grande Papa, combateu o modernismo. Em sua encíclica PASCENDI DOMINICI GREGIS (SOBRE AS DOUTRINAS MODERNISTAS), nos ensina:

[...] "Aludimos, Veneráveis Irmãos, a muitos membros do laicato católico e também, coisa ainda mais para lastimar, a não poucos do clero que, fingindo amor à Igreja e sem nenhum sólido conhecimento de filosofia e teologia, mas, embebidos antes das teorias envenenadas dos inimigos da Igreja, blasonam, postergando todo o comedimento, de reformadores da mesma Igreja; e cerrando ousadamente fileiras se atiram sobre tudo o que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a mesma pessoa do divino Redentor que, com audácia sacrílega, rebaixam à craveira de um puro e simples homem.
Pasmem, embora homens de tal casta, que Nós os ponhamos no número dos inimigos da Igreja; não poderá porém, pasmar com razão quem quer que, postas de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplique a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir de que lançam eles mão. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos conselhos; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que meneiam eles o machado." [...]

Neste dia tão especial onde se comemora São Pio X, lançei o selo do Blog O Combate, conforme figura acima, e conforme consta no corpo do Blog.

São Pio X, rogai por nós, que combatemos o bom combate.

sábado, 14 de agosto de 2010

Apelo ardente do Bispo Emérito de Anápolis (GO)


Caros irmãos no Episcopado,

Suportem-me, que o menor dos irmãos lhes possa dirigir uma palavrinha amiga, mas angustiada de quem se prepara, temeroso, para partir.
Pelo amor de Deus! Estamos diante de uma situação humanamente irreversível. A América Latina, outrora “Continente da Esperança”, como a saudava João Paulo II, hoje mergulha na ante-câmara do terrorismo vermelho, aliás, como prenunciava aos pastorinhos de Fátima a Senhora do Rosário.
Podem parecer, a essa altura, resquícios de uma idade de trevas, mas tudo acontece como se ouviu em dezembro de 1917 (“a Rússia comunista espalhará seus erros pelo mundo, com perseguições à Igreja, etc.”). Assusta-me a corrupção dentro da Igreja, o desmantelamento dos seminários, a maçonização de Cúrias e Movimentos.
Horroriza-me a frieza com que olhamos tal estado de coisas. Somos pastores ou cães voltados contra as ovelhas? Somos ou não, alem disso, cúmplices de uma política atéia empenhada em apagar os últimos traços da nossa vida cristã?
Perdoem-me, mas não poderia deixar de falar, sem me sentir infiel à minha consciência e à minha Igreja.

Parabéns a Dom Luiz Gonzaga Bergonzini e a Dom Henrique Soares da Costa.

In Xto et Matre,
Dom Manoel Pestana Filho
Bispo Emérito de Anápolis

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Parabenize Dom Luiz Gonzaga Bergonzini

O Bispo de Guarulhos Dom Luiz Gonzaga Bergonzini merece os nossos aplausos.
Não apenas ele orientou os cristãos a negarem seu voto aos defensores do aborto, mas indicou concretamente quem defende o aborto.
Sua atitude é uma luz que brilha em nosso país neste tempo crítico das eleições.

*Parabenize Dom Luiz Gonzaga Bergonzini clicando
aqui*domluiz@diocesedeguarulhos.org.br,curia@diocesedeguarulhos.org.br?subject=Parabens_a_Dom_Luiz_Gonzaga&body=Solidarizo-me%20com%20sua%20coragem%20em%20orientar%20os%20cristaos%20a%20nao%20votarem%20em%20Dilma%20Rousseff.

"Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mc 12,17)
29-07-2010 - 18:38

Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.
Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir- se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.
Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.
Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.
Na condição de Bispo Diocesano, como r e s p o n s á v e l pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que - por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida,dom de Deus,como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos nãopode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).
Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.
Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo de Guarulhos

Fonte: http://www.diocesedeguarulhos.org.br/miolo.asp?fs=menu&seq=204&gid=1

sábado, 7 de agosto de 2010

CREIO, SEM MEDO DE CRER.


Credo in unum Deum, Patrem omnipotentem,
factorem caeli et terrae,
visibilium omnium et invisibilium.
Et in unum Dominum Jesum Christum
Filium Dei unigenitum.
Et ex Patre natum ante omnia saecula.
Deum de Deo, lumen de lumine,
Deum verum de Deo vero.
Genitum, non factum,
consubstantialem Patri :
per quem omnia facta sunt.
Qui propter nos homines, et propter nostram salutem
decendit de caelis.
Et incarnatus est de Spiritu sancto
ex Maria Virgine :
Et homo factus est.
Crucifixus etiam pro nobis : sub Pontio Pilato
passus, et sepultus est.
Et resurrexit tertia die,
secundum Scripturas.
Et ascendit in caelum : sedet ad dexteram Patris.
Et iterum venturus est cum gloria,
judicare vivos et mortuos :
cujus regni non erit finis.
Et in Spiritum sanctum, Dominum, et vivificantem :
qui ex Patre Filioque procedit.
Qui cum Patre et Filio
simul adoratur, et conglorificatur :
qui locutus est per Prophetas.
Et unam, sanctam, catholicam, et apostolicam Ecclesiam.
Confiteor unum baptisma in remissionem peccatorum.
Et expecto resurrectionem mortuorum.
Et vitam venturi saeculi. Amen.

TRADUÇÃO:

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do Céu e da Terra,
De todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação
desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria.
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para a remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos
e vida do mundo que há-de vir. Amen.

sábado, 31 de julho de 2010

Voltaire, um dos pensadores da Revolução Francesa


A biografia desse homem, que se dedicou à impiedade os 84 anos de sua vida, é-nos relatada por um seu admirador e grande escritor, Jean Orieux (“Voltaire ou la Royauté de l’Esprit”, Flamm-marion, Paris, 1966, 827 paginas). Nesse livro se encontra os traços da vida de Voltaire.

Seu nome era François Marie Arouet, mas conhecido como VOLTAIRE (1694-1778), nasceu na burguesia e era filho de um notário e sua mãe era uma senhora digna. Porém, Voltaire, revoltado contra a sua própria condição - tinha despeito de nao ser nobre - não achou nada melhor para alimentar sua revolta do que denegrir infamemente a sua própria mãe:

“Ele dá a entender muito claramente que sua mãe teria tido amantes e que ele seria filho de um deles.”

Apesar de ser “rico como um próspero banqueiro”, aos 56 anos, morando na Prússia, “ele se acumpliciou com um traficante berlinense, um judeu, Hirsch, para montar um negócio de especulação ilegal. Nada era mais suspeito que seu associado e sua associação”.

Voltaire era anti-religioso, mas por muitas vezes fez-se passar por religioso e fingia estar recolhido em oração. Depois comentou: “É um muito bom estratagema de guerra ir junto aos inimigos para abastecer-se de artilharia contra eles”.

Voltaire era adúltero e incestuoso. Viveu 17 anos com uma mulher casada - Mme. de Chatelet - e chegou a dividir seu leito com outro concubino que ela arranjara, além do próprio marido. Ocorreu de estarem os quatro no mesmo castelo!

Juntou-se também incestuosamente à própria sobrinha, viúva, Mme. Denis.

Voltaire era dominado pela soberba e pelo orgulho. Ele próprio se elogiava. Ademais não admitia criticas a suas obras, e quando as recebia entrava “em crise de furor”.

Quando assistia as representações de suas peças “ele saltava por vezes na cena e corria entre os atores. Em sua poltrona, ele exclamava, gemia, chorava enquanto agitava o lenço, e até desmaiava caído sobre seu assento”. Desprezava o povo simples, ao qual chamava “a canalha”, queria que se “proibisse o estudo para os trabalhadores”, e dizia que “o maior serviço que se possa prestar ao gênero humano consiste em separar o povo tolo das pessoas de bem, para sempre”.

A MORTE DE UM ÍMPIO

O médico que o viu morrer, Tronchin, escreveu:

“Eu queria que todos os que foram seduzidos por seus livros fossem testemunhas de sua morte. Não é possível manter-se ante tal espetáculo... Pouco tempo antes de morrer entrou em agitações horríveis, gritando com furor: ‘Eu estou abandonado por Deus e pelos homens’. Mordia os dedos, e levando as mãos a um vaso noturno, tomando o que ali havia, ele o bebeu”.

Mme. Villete, dona da casa em que morreu Voltaire, contará mais tarde ao Pe. Depery que descreverá a seguinte cena: Voltaire “via o diabo nas cercanias da cama e gritava como um condenado: ‘ele está lá, ele quer me pegar, eu vejo o inferno’”.

No dia 30 de maio de 1778, às 11 horas, Voltaire estava com os olhos fechados quando “repentinamente lançou um grito atroz, terrível, interminável” e morreu. Todos ficaram aterrorizados.

(Trechos de publicação da Revista "Catolicismo" numero 466 de outubro de 1989)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Rui Barbosa - Discursos Parlamentares

Senhores e Senhoras leitores do meu Blog. Apesar desse não ser um assunto religioso, penso ser oportuno publicar.



COLEÇÃO: DISCURSOS PARLAMENTARES

Rui Barbosa:

"A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.
A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.
A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...
Essa foi a obra da república nos últimos anos.
No outro regime (a monarquia); o homem que tinha uma nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre - as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos temiam a que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.
Na república os tarados são os tarudos. Na república todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos hoje com as fórmulas e aparências, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.
Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.
E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse de nossos partidos, pela influência constante de nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem... "

(OBRAS COMPLETAS - VOL. XLI - 1914 - TOMO III - PÁG.86/87)

domingo, 25 de julho de 2010

Nossa Senhora, livrai-nos do perigo do Comunismo

Prezados amigos do O COMBATE, o Pe. David rezou uma prece de suma importância para nossos dias. Fiquemos atentos.


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Código da Cavalaria Medieval

CÓDIGO DA CAVALARIA MEDIEVAL

I- Crerás em tudo quanto ensina a Igreja e observarás todos os seus mandamentos.

II- Defenderás a Igreja.

III- Protegerás as viúvas, os órfãos e os fracos.

IV- Amarás o país em que nasceste.

V- Não recuarás diante do inimigo.

VI- Farás ao infiel guerra sem trégua e sem mercê.

VII- Cumprirás exatamente teus deveres feudais se não forem contrários à lei de Deus.

VIII- Não mentirás e serás fiel à palavra dada.

IX- Serás generoso e farás liberalidade a todos.

X- Serás o defensor do direito e do bem, contra a injustiça e contra o mal.

O Comunismo e os Dez Mandamentos

Pode uma pessoa ser comunista e católico ao mesmo tempo? Claro que não.


O decálogo nos manda:
“amar a Deus sobre todas as coisas”,
“não tomar seu Santo Nome em vão” e
“guardar os domingos e festas de preceitos”.


E o comunismo ateu tudo faz para extinguir a Fé, levar os homens à blasfêmia e criar obstáculos à normal e pacífica celebração do culto;

O Decálogo nos manda:
“honrar pai e mãe”,
“não pecar contra a castidade” e
“não desejar a mulher do próximo”.


O comunismo deseja romper os vínculos entre pais e filhos, entregando a educação destes em mãos do Estado. o comunismo nega o valor da virgindade e ensina que o casamento pode ser dissolvido por qualquer motivo, pela mais vontade de um dos cônjuges;

O Decálogo nos manda:
“não furtar” e
“não cobiçar as coisas alheiras”.


O comunismo nega a propriedade privada e sua tão importante função social;

O Decálogo nos manda:
“não matar”.

O comunismo emprega a guerra de conquista como meio de expansão ideológica e promove revoluções e crimes em todo o mundo;

O Decálogo nos manda:
“não levantar falso testemunho”.

O comunismo usa sistematicamente a mentira como arma de propaganda.


segunda-feira, 19 de julho de 2010

Perseguição desde sempre

Disse Nosso Senhor Jesus Cristo: Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. (São João 15, 18). Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa. (São João 15, 20).


domingo, 18 de julho de 2010

Dispostos a receber um tiro

Todos sabem a história dos CRISTEROS. Esse grupo de heróis católicos que resistiu ao governo do México que queria perseguir duramente a Igreja Católica. Santos heróis, esses cristeros lutavam e morriam bradando: VIVA CRISTO REI!


Um episódio sobre os CRISTEROS:

Contam que durante a guerra dos “cristeros”,quando a revolução mexicana perseguia até a morte à Igreja, as missas se celebravam clandestinamente e os vizinhos passavam a informação com a voz de casa em casa, quando algum sacerdote chegava ao povoado, vestido à “paisana”.
Num certo povoado na zona rural do México, estavam aguardando o sacerdote que chegaria no fim de semana, de uma outra aldeia vizinha. Os catequistas clandestinos tinham preparado batismos e outros sacramentos. Para o evento tinham conseguido um velho armazém, suficientemente amplo para albergar alguns centos de fiéis. Naquele domingo, pela manhã, o velho depósito estava totalmente lotado com a quantidade de pessoas que chegavam dos arredores. As 600 pessoas que estavam reunidas, aguardando o início da celebração, se assustaram quando entraram no local dois homens uniformizados e armados. Um deles disse:

“- Quem se atreve a receber um tiro, por Cristo, fique onde está... O resto pode ir saindo já! As portas estarão abertas apenas 5 minutos.”

Imediatamente vários integrantes do coro se levantaram e saíram... Também alguns dos diáconos foram embora e a maior parte da freguesia. Passados menos dos 5 minutos prometidos, somente 20 pessoas dos 600 paroquianos restavam no recinto. Então o militar que tinha falado antes encarou o sacerdote e disse:

“- O. K. padre, eu também sou cristão e já me desfiz dos hipócritas. Continue com a celebração.”

“Histórias que Evangelizam” – Gilberto Gomes Barbosa.
Comunidade Obras de Maria

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os três dias de trevas

No livro "O Fim do Mundo está Próximo?" profecias antigas e recentes recolhidas pelo Padre Julio Maria (Livraria Boa Imprensa - 4ª Edição), constam relatos impressionantes. O livro teve o nihil obstat do Conego José de Lima Ferreira, o Imprimatur de Dom José Maria (Bispo de Caratinga) e o Reimprimatur do Mons. Aristides Rocha (Vigario Capitular).

Vejamos o que o livro diz na página 63:

"Por cúmulo de desgraças, o mundo será envolto em trevas por três dias contínuos, durante os quais nenhum meio de iluminação funcionará, a não ser velas bentas...
O que acontecerá nessa noite pavorosa é indescritível! Muitos enlouquecerão, muitos suicidar-se-ão.
Os próprio demônios - afirmam as profecias - sairão do inferno, para matar os ímpios.
A confusão será tal que ninguém compreenderá mais nada."

O Santo Padre Pio já havia falado também sobre esse terrível castigo que abalaria toda a terra.

Pesquisando no Youtube achei um video relacionado com o assunto, publicado pelo "derradeiro combate":



terça-feira, 13 de julho de 2010

Banda Militar da Noruega - Belíssimo Espetáculo

O combate mostra desta vez, uma grande banda militar da Noruega. O sincronismo dos passos, a coordenação dos movimentos, tudo é maravilhoso. Assim como deve ser o católico. Saber lutar, mas fazer da luta uma beleza maravilhosa.


sábado, 10 de julho de 2010

Quem voltou à Terra? Anjo ou Demônio?

A devoção aos Santos Anjos é uma coisa admirável. Muitas pessoas veneram os Santos Anjos. No entanto, como eu disse, na introdução deste blog, muitas pessoas utilizam os anjos para distorcerem a noção dessa realidade admirável que são os Santos Anjos. E mais, às vezes utilizam os próprios anjos para difundirem ideais esotéricos, e através dos Santos Anjos introduzem demônios (que também são anjos).


Na Revista “Globo Ciência” (ano 5, número 55), cujo título é “O Enigma dos Anjos – No fim do século, voltam à Terra os seres espirituais”, há na capa um desenho extremamente sugestivo: A figura de dois Anjos... ou três? Observe bem, não se sabe se por um erro de impressão ou desenho, mas parece que o anjo da direita está introduzindo um ser menor que ele parece carregar com as mãos. Que ser é esse?

Alias, se perceberem bem, os pés do anjo da direita está bem na direção da criatura menor que está na frente, e não parecendo ser a do anjo que está atrás, pois o anjo de trás está um pouco curvado para frente.
Estaria eu vendo coisas? Ou é uma dica para quem “interpretar” o desenho?
Colaboração enviada pela Catina do Blog Casa dos Santos Anjos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Intimação não atendida, Ameaça Cumprida


No dia da Ascenção de Nosso Senhor do ano de 1429, os ingleses defensores de Orleans receberam de Santa Joana D’Arc a seguinte intimação:

- A Vós, ingleses, que não tendes nenhum direito sobre este Reino de França, o Rei dos Céus vos ordena e intima por mim, Jeanne la Pucelle: retirai-vos de vossas fortalezas e retornai a vosso país, pois senão vos farei tal mortandade que dela as guardará perpétua memória. Eis o que vos escrevo pela terceira e última vez, e não mais escreverei.

Assinado: Jesus, Maria e Jeanne la Pucelle


Os ingleses se dispensaram de responder à intimação. No dia seguinte, 8 de maio, após violento assalto, Santa Joana D’Arc entrava vitoriosa em Orleans.O cerco da praça forte durara apenas 8 dias.
“Vie et Mort de Jeanne D’Arc”
Regine Pernoud

domingo, 4 de julho de 2010

Vingadores de Deus, missão angélica quase desconhecida

No Antigo Testamento, além do conhecido papel de proteção exercido pelos anjos, também figuram eles como agentes vingadores da justiça divina.

(Lot e sua família fogem de Sodoma, consumida pelo fogo
enviado do Céu mediante a ação de um anjo)

Qual a imagem, que a maioria dos católicos atuais forma, quando se fala em anjo? É a de um conhecido clichê, freqüente na iconografia popular e que aparece até em folhinhas de parede: o anjo da guarda amparando a criancinha que atravessa uma frágil ponte... Mesmo essa visão dos anjos custódios é deformada em nossa época, como teve oportunidade de apontar o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu artigo O anjo da guarda é menos inteligeme que o demônio? (Catolicismo, maio de 1954).
Além do anjo da guarda, três outros espíritos celestes, quando muito, se incluem no panorama mental de boa parte dos fiéis: São Miguel, lançando o brado “Quem como Deus?”, chefe da milícia de anjos fiéis e vencedor do dragão infernal; São Rafael, que protegeu Tobias em sua viagem; e São Gabriel, cuja festa se comemora a 24 deste mês, o Arcanjo que anunciou a Maria Santíssima a Encarnação do Verbo Divino.
Já serão, por certo, bem menos numerosos os que sabem ter sido esse Arcanjo enviado ao profeta Daniel para instruí-lo acerca da data em que o Messias deveria nascer; como também que foi o mesmo mensageiro celeste que anunciou a São Zacarias a honra de vir a ser o pai de São João Batista, precursor do Messias.
Isto posto, nada melhor do que considerarmos agora o aspecto puniente das inumeráveis missões que os anjos exercem.

A multidão angélica

Ensina São Tomás de Aquino que a providência dos anjos é universal e se estende sobre todas as criaturas corporais, regidas e governadas pela Providência Divina por intermédio deles (cfr. De Veritate, q. V, a. 8). Tanto mais que a Providência Divina se estende mesmo às coisas singulares (cfr. Contra Gentiles, c.76).
Quanto ao universo angélico, Deus não foi parco ao criá-lo. São Tomás é muito claro a respeito do número incomensurável de anjos: “Os anjos formam uma multidão imensa, superior à multidão dos seres materiais, porque quanto mais perfeitas são as coisas, com tanto maior prodigalidade são criadas por Deus” (Suma Teológica, Ia., q.50, a. 3).
Dentre as incontáveis missões confiadas por Deus aos anjos, uma, pouco realçada, é a ação punitiva, exterminadora e devastadora, que eles podem exercer. Episódios históricos famosos, narrados pelas Sagradas Escrituras, são exemplos elucidativos de tais intervenções angélicas de cunho exterminador. Vejamos alguns deles, extraídos do Antigo Testamento.
São fatos que atestam a atuação dos espíritos celestes como instrumentos eficazes da justiça divina, como seus gládios vingadores. Papel muito importante e real, pouco conhecido contudo, provavelmente porque se choca contra a mentalidade adocicada de tantos católicos mal formados, refratários à idéia de anjos punientes e de um Deus justiceiro. De acordo com essa mentalidade distorcida, é mais agradável focalizar o anjo apenas como guardião das criancinhas em perigo e não considerar o reverso da medalha...

A morte dos primogênitos

Tendo o Faraó, rei do Egito, se negado a libertar do cativeiro o povo eleito, Deus castigou-o com as famosas e terríveis dez pragas, a última das quais foi a morte de “todos os primogênitos da terra do Egito, desde o primogênito do Faraó... até o primogênito da escrava, que está à mó, e até os primogênitos dos animais” (Ex. 11, 4-5).
Eis o que, a respeito, comenta Cornélio a Lápide, famoso exegeta flamengo do século XVII: “O anjo matou esses primogênitos pelo gládio e não pela peste. Com efeito, na Escritura, gládio significa todo instrumento mortífero, toda arma, todo gênero de morte, como disse alhures. Aliás, o anjo não necessita do gládio, pois é-lhe facílimo, sozinho, matar os homens, despedaçando-lhes o coração, perturbando-lhes as partes vitais, sufocando-os, ou por outros modos semelhantes, assim como nós, homens, esmagamos e matamos pulgas com o dedo” (Comelius a Lapide, Commentaria in Scripturam Sacram, Vivès, Paris, 1874, t.l, p. 521). Mais adiante, no mesmo livro do Exodus (23, 20-23), a narração bíblica é muito clara, quando Deus promete sua bênção e recompensa a quem observa sua Lei: “E eis que eu enviarei o meu anjo, que vá adiante de ti, e te guarde pelo caminho, e te introduza no lugar que preparei. Respeita-o, e ouve a sua voz, e vê que não o desprezes; porque ele não te perdoará, se pecares, e o meu nome está nele. Se ouvires a sua voz, efizeres tudo o que te digo, eu serei inimigo dos teus inimigos, e eu afligirei os que te afligem. E o meu anjo caminhará adiante de ti, e te introduzirá na terra dos Amorreus, e dos Heteus, e dos Ferezeus, e dos Cananeus, e dos Heveus, e dos Jebuseus, os quais exterminarei”. Esta mesma ameaça é reiterada no Cap. 33, verso 2, quando Deus ordena a Moisés que o povo judeu parta do Egito.

(O Arcanjo São Miguel exterminando o exército de Senaqueribe)
Estrépito sobre as árvores

Os filisteus –– povo que vivia na zona litorânea da Palestina –– levantaram-se contra Davi, quando souberam que ele tinha sido ungido rei de Israel. Então Davi pediu, e obteve, o auxílio divino para enfrentar seus temíveis inimigos (cfr. II Livro dos Reis, 5, 17 -25). Eis o papel dos anjos na luta contra os filisteus, conforme os comentários de Comélio a Lápide: "Os anjos, enviados de Deus e como que generais da guerra, produziam um som estrepitoso no alto das pereiras, como se estivessem avançando para o combate ao lado de Davi contra os filisteus, afim de que estes se atemorizassem ao ouvirem o ruído da chegada de incontáveis adversários, ao mesmo tempo em que eram acossados na retaguarda por Davi. 'Quando ouvires um rumor no cimo das árvores, então consola-te, porque o anjo do Senhor irá adiante de ti para exterminar os exércitos dos filisteus'. Aqui se vê o maravilhoso auxílio divino que Davi recebeu na batalha. Pois Deus, lutando por seu rei Davi, afim de derrotar os filisteus, quis que o estrépito dos anjos, produzido no cimo das pereiras, chegasse aos ouvidos dos invasores como ruído de um potente exército, afugentando-os e fazendo-os cair nas mãos de Davi. E assim fossem mortos pelo rei e por seus anjos tutelares" (op.cit., p. 452).
O anjo estende sua mão
Deus castigou os israelitas, com a peste, pelo fato de o rei Davi ter ordenado o recenseamento do povo, contrariando a vontade divina. Tratam desse episódio o II Livro dos Reis, capo 24, e o capo 27 do I Livro de Paralipômenos: "E, tendo estendido o anjo do Senhor a sua mão sobre Jerusalém para a destruir, o Senhor compadeceu-se de sua aflição, e disse ao anjo exterminador do povo: Basta, detém agora a tua mão".
Comenta Comélio a Lápide: "Aqui fica claro que este anjo, que infligiu a peste, era um anjo bom e não mau. Foi um anjo bom que queimou Sodoma (Gen. XIX), e também aqui, como se vê no verso XVII, onde Davi pede misericórdia ao anjo. Anteriormente, o anjo havia ferido com a peste as outras tribos e delas matado setenta mil homens. No terceiro dia (do castigo), teria também ferido Jerusalém e aí aniquilado a muitos, pois os habitantes dessa cidade haviam ofendido a Deus, não só conspirando com Absalão (filho de Davi) contra o rei, como também por muitos outros pecados" (op.cit.,p. 536).

Extermínio de um exército.
A ação aniquiladora dos anjos mais citada no Antigo Testamento foi a matança de 185 mil homens do exército de Senaqueribe, rei da Assíria, que havia cercado Jerusalém, no reinado de Ezequias (*). Tal fato, ocorrido numa época em que a Ásia Menor constituía o mundo habitado e conhecido de então, é deturpado pelo historiador grego Heródoto, em sua obra Eutelpe, trocando Judá por Egito e Ezequias por Vulcão (cfr. Comélio a Lápide, op.cit., t. IV, p.189). É legítimo, então, perguntar se foi esta a única vez que historiadores tenham deturpado ações angélicas semelhantes à que estamos considerando. Segundo Comélio a Lápide, teria sido São Miguel Arcanjo, príncipe da milícia celeste, quem teria matado os 185 mil assírios (op. cit., t. m, p. 165).
Eis, em breves pinceladas, alguns exemplos do papel exterminador dos anjos no Antigo Testamento.

Cabe legitimamente indagar se esse papel se restringiu apenas àquele período histórico, ou se os anjos continuam a atuar em eventos decisivos da história da salvação, na vigência do Novo Testamento. Isso, entretanto, já é matéria para outro artigo.
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(*) IV Livro dos Reis, 19,35; 11 Livro dos Paralipômenos, 32, 21; Eclesiástico 48, 24; Isaías 37, 36; I Livro dos Macabeus 7, 41 e 11 Livro dos Macabeus, 15,22.
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Escrito por José Maria Rivoir
(Revista Catolicismo de Março de 1992)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Inferno e o Castigo

Uma coisa que se deve sempre ter em vista é que o maior artifício do demônio é fazer acreditar que ele não existe, e que portanto pode pecar a vontade pois não há inferno.
Mas Nossa Senhora de Fátima fez um alerta esclarecedor: “O INFERNO EXISTE MESMO” e para provar que as profecias de que falava era verdade, fez o sol girar no céu E TODOS VIRAM ISSO.Nada melhor do que ler o que a própria Irmã Lúcia escreveu:

Terei para isso que falar algo do segredo e responder ao primeiro ponto de interrogação.
O que é o segredo?
Parece-me que o posso dizer, pois que do Céu tenho já a licença. Os representantes de Deus na terra, têm-me autorizado a isso várias vezes, e em várias cartas, uma das quais, julgo que conserva V. Ex.cia Rev.ma do Senhor Padre José Bernardo Gonçalves, na em que me manda escrever ao Santo Padre. Um dos pontos que me indica é a revelação do segredo. Algo disse, mas para não alongar mais esse escrito que devia ser breve, limitei-me ao indispensável, deixando a Deus a oportunidade d'um momento mais favorável.
Expus já no segundo escrito a dúvida que de 13 de Junho a 13 de Julho me atormentou e que n'essa aparição tudo se desvaneceu.
Bem o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar.
A primeira foi pois a vista do inferno! Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fôgo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fôgo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronziadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d'elas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa bôa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promeça de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.


Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza: — Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra peor. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sufrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será consedido ao mundo algum tempo de paz.

Já o terceiro segredo que ficou guardado por longos anos, depois veio a público, trazendo notícias de que Deus estava descontente com o mundo e que o castigo realmente viria:

J.M.J.
A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria-Fátima.
Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe. Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n'uma luz emensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas n'um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n'êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.

domingo, 27 de junho de 2010

Conselho Ordem de São João

"Chapter-general of the Knights of Saint-John of Jerusalem, convoked at Rhodes by Grand Master Fabrizzio Caretto, to obtain subsidies to resist an expected assault on Rhodes by the Ottoman sultan Suleiman I in 1514"
Claude Jacquand - 1839 - Images from the Salles des Croisades at Versailles; Salle 5

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Castelos e Nobreza

Por se tratar de um Blog, escrevo muito rapidamente sobre a formação dos Castelos e sobre a Nobreza. Vejamos:


No início do Cristianismo, quando na Europa haviam aldeias, eram constantes as invasões bárbaras. As pequenas cidades medievais, muitas vezes, eram saqueadas pelos bárbaros, que adentravam na cidade, matando, escravizando e roubando coisas, mulheres e crianças. Além do mais, tudo isso era feito com requinte de crueldade, pois os bárbaros pegavam as crianças e faziam-nas ajoelhar perante os falsos deuses. E seus pais eram mortos vendo seus filhos se transformarem em “pequenos bárbaros”.
Era preciso reagir. Então os proprietários das terras, da cidade medieval, resolveram construir uma muralha que protegesse a cidade. Com a muralha construiu-se uma torre para que um vigia ficasse de alerta contra os bárbaros. Foi assim que surgiram os primeiros CASTELOS medievais. No centro do Castelo estava a Igreja. Entregar aos bárbaros o Castelo era o mesmo que entregar aos inimigos a Igreja: então lutemos!

Na medida em que a cidade crescia, era preciso organizar quem ia para guerra.
Assim, os Barões se reuniam e escolhiam um Visconde para chefia-los.
Quanto mais cidades se agregavam entre si, maior deveria ser a organização. Então os Viscondes se reuniam e elegiam um Conde. Depois os Condes se reuniam e escolhiam um Marques. Marqueses escolhiam um Duque e os Duques escolhiam o Rei. Assim surgiu também a Nobreza medieval. Os nobres eram obrigados a irem para a guerra, porém não o povo. Mas se alguém do povo decidisse ir para a guerra, era pago pelos Nobres. E se esse alguém do povo se destacasse em heroísmo poderia até ser condecorado a Nobre ganhando um título de nobreza.


Assim, organicamente e na necessidade de defesa, surgiu a sociedade medieval. Com o desenvolvimento das cidades medievais - os Burgos - os comerciantes foram também se organizando formando a Burguesia, mas isso já é para uma outra matéria.



Depois da queda da Idade Média, com o passar do tempo, houve uma "pequena" modificação nessa ordem: os governantes ficam em suas casas e o povo vai para a guerra.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Os Mártires da Revolução Francesa e o Lema de Charette

A santidade de quem reagiu contra a Revolução Francesa.

O jornal "O Estado de são Paulo" de 11 de fevereiro de 1984, anunciou que o Papa João Paulo II iria beatificar os Mártires da Revolução Francesa.Como de fato foram beatificados.

Conta o Abade de Salamon, testemunha ocular, miraculosamente livre da matança ocorrida na madrugada de dois de setembro: “Os outros prisioneiros que já se encontravam na Abadia foram avisados que, no Convento do Carmo, todos haviam sido trucidados. Diante de tal notícia, todos se jogaram aos pés do Pároco de San Jean au Gréve, pedindo-lhe com grande pesar a absolvição in articulo mortis.

O Decreto para a Beatificação relata que religiosos foram mortos no interior da Casa, ou jogados pela janela na estrada, onde havia mulheres ferocíssimas que se precipitavam sobre os sacerdotes para espancá-los com bastões até sangrar; não contentes com isso, subiam sobre os carros, onde eram depositados os corpos, e os pisoteavam, cortavam-nos em pedaços e mostravam, com orgulho, os membros aos passantes gritando: “Viva a Nação”.

Os padres Cláudio e Eustáquio foram beatificados, junto a outros 189 mártires da Revolução Francesa. Sua festa litúrgica acontece no dia 2 de setembro

Charette, um dos líderes da Vandéia, tornou-se um verdadeiro mito. Tão querido entre os seus, certa vez quando viu os revolucionários franceses avançando, e os católicos foram recuando, apanhou seu chapéu – que tinha um belo penacho – jogou no meio dos revolucionários e perguntou:
- Quem irá buscar meu chapéu?
O entusiasmo por Charette era tanto, que os católicos avançaram com tanta bravura, que venceram os revolucionários e trouxeram o chapéu de Charette.


Ditos de Charette:

“Se eu avançar, sigam-me
Se eu morrer, vinguem-me.
Se eu recuar, matem-me."

"Combatido: sempre; batido: às vezes; abatido: jamais".

Os Males da Revolução Francesa na Itália

A Revista Catolicismo fez uma entrevista com um dos maiores estudiosos e escritores do assunto, Prof. Massimo Viglione, autor de dois livros recentíssimos sobre o assunto: Rivolte dimenticate. Le insorgenze degli italiani dalle origini al 1815 [Rebeliões esquecidas. A insurreição dos italianos desde as origens até 1815], Roma, Città Nuova, 1999 (340 pp.) e Le insorgenze. Rivoluzione & Controrivoluzione in Itália [As insurreições. Revolução e Contra-Revolução na Itália], 1792-1815, Milano, Edizioni Ares, 1999 (240 pp.).

Relato aqui alguns trechos do Prof. Massimo Viglione:

“Os soldados e funcionários de Napoleão eram “revolucionários” que vinham modificar pela força a essência da sociedade italiana, formada ao longo do tempo; vinham para aniquilar 1400 anos de civilização cristã, para substituí-la por uma sociedade laicista e igualitária.”
“Os franceses, sob as ordens de Napoleão, saqueavam tudo: as casas dos pobres, as igrejas, os hospitais, os “Montes de Piedade” (institutos de poupança e crédito fundados pela Igreja para benefício das classes mais necessitadas). Onde chegavam, impunham impostos de guerra sem limites, profanavam os conventos, cometiam sacrilégios contra o Santíssimo Sacramento, dispersavam as relíquias dos Santos, impunham leis ferozmente laicistas, e até uma que obrigava os Bispos a fazer o serviço militar... Além disso, levaram embora boa parte dos tesouros de arte da península italiana, inclusive a própria Imagem de Nossa Senhora de Loreto e os célebres cavalos de bronze da Basílica de São Marcos de Veneza. O maior furto da História, feito em nome da fraternidade!”

“Em Mondovì, foram massacrados a fio de espada 1500 mulheres e crianças em apenas uma hora de repressão, outras 1500 pessoas em Isernia, 2200 em Amantea, 9000 em San Severo, 4000 em Andria, sem contar os 10.000 mortos em Nápoles, no levante dos Lazzari, durante o qual os napolitanos foram queimados vivos nas suas próprias casas. No dia 22 de agosto de 1806, na igreja de São Lourenço, em Reggio Calábria, dezenas de mulheres, velhos e crianças, que tinham procurado refúgio nesse lugar sagrado, foram queimados “até o último”. Ninguém lhes propôs sequer a rendição ou sair para fora, como reconheceu em seu relatório um oficial de José Bonaparte. Na Abadia de Casamari, ainda no ano 1799, depois de serem hospedados pelos monges, os soldados napoleônicos entraram na igreja para pisar com os cavalos as hóstias consagradas. Quando os monges jogavam-se no chão tentando recuperá-las, os franceses golpeavam-nos com os sabres, primeiro cortando-lhes os dedos, e depois, assassinando-os. Um recente cálculo refere-se a pelo menos 200.000 italianos mortos em defesa da Civilização Cristã," [...]
Diante dessas atrocidades os italianos reagiram.
“Na maior parte dos casos, as reações eram de caráter popular e espontâneo,” [...] “Somente depois do levante da população, os nobres, e às vezes até os sacerdotes, passavam a comandar o movimento. Mas todas as classes sociais participavam das insurreições, sem nenhuma exclusão. Sobretudo o povo miúdo, um pouco menos a burguesia, embora também ela tenha aderido no fim.”
“O caso mais clamoroso nesse sentido foi o do Cardeal Ruffo, em sua empresa de reconquista do Reino de Nápoles: tendo desembarcado no dia 7 de fevereiro na Calábria à testa de sete homens, já no mês de abril vemo-lo chefiando milhares de voluntários. E no dia 13 de junho entra vitorioso em Nápoles, com um exército imenso, para derribar a República jacobina e restaurar os Bourbons. A cidade de Arezzo organiza em poucos dias um exército de 38.000 voluntários e reconquista o Grão Ducado da Toscana.”
(Revista Catolicismo de julho de 1999)

A Vandéia destruída por ódio

Durante o período revolucionário, toda uma região da França — a gloriosa Vandéia — foi atrozmente esmagada por defender seus princípios e costumes católicos e monárquicos. Inferiores em número e em armas, seus habitantes — em geral simples camponeses, comandados aqui e ali por algum nobre — foram, em larga medida, massacrados.

“Em 1º de agosto de 1793 a Convenção votou a destruição da Vandéia: os bosques deveriam ser abatidos, os animais capturados, as casas confiscadas, as colheitas ceifadas. [...] Em 1º de outubro:
‘Soldados da liberdade, é necessário que os habitantes da Vandéia sejam exterminados antes do fim do mês de outubro: a salvação da Pátria o exige; a impaciência do povo francês o ordena; a coragem dos soldados o deve cumprir’.
"A Vandéia — exclama o Gal. Turreau — deve transformar-se num cemitério nacional."
Os relatórios políticos e militares são de uma precisão eloqüente: é necessário primeiramente eliminar as mulheres, ‘fontes reprodutoras’; e as crianças, ‘porque estão em fase de tornar-se futuros bandidos’. Com estas desaparece igualmente o risco de represálias e vinganças. Criam-se inclusive campos de extermínio reservados às crianças, como em Noirmoutier. Em Bourgneuf e em Nantes organizam-se afogamentos especiais para elas”
(Reynald Secher, La guerre de Vendée: guerre civile, génocide, mémoricide, in Le Livre Noir de La Révolution Française, Éditions du Cerf, Paris, 2008).
(Revista Catolicismo de Agosto de 2008)

sábado, 12 de junho de 2010

Heróis da Vendéia

Muitas são as fontes históricas que relatam o horror da Revolução Francesa. O que na verdade se pretendia era a destruição da Civilização Cristã (Encíclica Parvenu, de Leão XIII, livro Revolução e Contra-Revolução de Plínio Correa de Oliveira, e tantos outros). De fato, a grande perseguida era a Igreja Católica. Massacres em massa, padres assassinados, igrejas destruídas e queimadas...
São Luis Maria Grignion de Montfort, pregava uma igreja, numa pequena aldeia da França. Sua pregação era toda fértil. Havia convertido muitas pessoas. Escreveu o Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem ensinando o método mais eficaz de se pertencer à Jesus Cristo pelas mãos de Maria Santíssima. Por isso foi perseguido.Em sua região, compôs várias músicas para que os fieis cantassem. Músicas essas lindíssimas e cheias de fé, conhecidas então como “Musiques du Père Montfort”.

O tempo passou. Cem anos depois rebentou a satânica Revolução Francesa, derrubando todo o seu ódio contra a Santa Igreja, querendo ser tirana da própria Igreja exigindo que os Padres jurassem fidelidade à Revolução, caso contrário: morte cruel.
O fato emociona. Na mesma região em que São Luis havia pregado, cem anos depois, homens católicos com as mãos postas e o terço nelas pendurado, cantando as canções do “Père Montfort”, partiam para a guerra, para o combate contra os inimigos de Deus: a Revolução Francesa. Essa gloriosa reação começou e teve seu maior auge da Vendèe (ou Vendéia). Heróis rezando o terço e partindo para a guerra e ainda cantando músicas Católicas de São Luis Maria Grignion de Montfort.


Conheçamos algumas lideranças desses bravos combatentes católicos:

François Athanase de Charette de la Contrie conhecido como “Charette”

Jacques Cathelineau conhecido como “Cathelineau”

Henri du Vergier, Conde de Rochejaquelein, conhecido como “Monsieur Henri ou Rochejaquelein"

Charles-Melchior Arthus, Marques de Bonchamps, conhecido como “Bonchamps”

Georges Cadoudal

Jean Chouan

VIVA A SANTA IGREJA! VIVA CRISTO REI! VIVA O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS!